Especialista explica por que alongamentos não são sempre necessários antes e depois de atividades físicas. Prática pode ser prejudicial ao desempenho em exercícios, sobretudo naqueles de alto rendimento, quem nunca foi fazer uma atividade física em uma academia, clube ou com a supervisão de um personal trainer e teve como recomendação alongar os membros antes e depois do exercício? A prática é muito comum, entretanto o alongamento nem sempre é necessário e pode até mesmo ser prejudicial.

Segundo o patologista neuromuscular Beny Schmidt, chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular e professor adjunto de Patologia Cirúrgica da Unifesp, o ato de alongar- se antes de uma atividade não passa de um mito. “O músculo esquelético não possui fibras elásticas, portanto ele não tem propriedade de alongar-se, ou seja, aumentar o tamanho do seu comprimento. Quando alongamos um membro, o maior tamanho que um músculo pode alcançar é o do seu estado relaxado”, informa. Sendo assim, ao contrário do que muitos pensam, o alongamento é, na verdade, um relaxamento. O maior tamanho que um músculo pode ter, assim como o maior tamanho que o sarcômero (menor unidade contráctil do músculo esquelético) pode atingir, é quando os filamentos de actina e miosina encontram- se os mais desconectados possíveis. Beny Schmidt também explica que o único preparo necessário para uma atividade física é buscar a orientação de um profissional adequado que, de preferência, tenha conhecimento sobre a patologia muscular. “Um exercício nunca serve para todas as pessoas. É preciso estabelecer um plano de atividades que respeite as limitações de cada indivíduo, sem sobrecarregá- lo.” O especialista ainda afirma que em determinadas atividades, como os esportes de alto rendimento, como vôlei e boxe, o alongamento pode ser prejudicial ao desempenho do atleta.

Sobre o Dr. Beny Schmidt

Beny Schmidt é chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular e professor adjunto de Patologia Cirúrgica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele e sua equipe são responsáveis pelo maior acervo de doenças musculares do mundo, com mais de dez mil biópsias realizadas, e ajudou a localizar, dentro da célula muscular, a proteína indispensável para o bom funcionam bom funcionamento do músculo esquelético - a distrofina.

Beny Schmidt possui larga experiência na área de medicina esportiva, na qual já realizou consultorias para a liberação de jogadores no futebol profissional e atletas olímpicos. Foi um dos criadores do primeiro Centro Científico Esportivo do Brasil, atual Reffis, do São Paulo Futebol Clube e do CECAP (Centro Esportivo Clube Atlético Paulistano).

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