A Evolução da Moda Feminina
A moda feminina, na história da indumentária, passou por várias mudanças e evoluções com o decorrer das décadas.
Com tecidos drapeados, excesso de volume, redução do mesmo, as anáguas e anquinhas a moda modificava- se de acordo com o período e mudanças sociais de cada época.
Desse modo, é possível analisar a moda feminina em cada período histórico, com suas características próprias que davam à mulher condições específicas dentro da sociedade estudada.
Iniciando a análise pelo período da Belle Époque, pois foi nesse momento histórico que a indumentária feminina diferenciou- se realmente da indumentária masculina.
Os trajes masculinos ganhavam o toque masculinizado e traje padrão que podemos notar as referências até os dias atuais, com um corte inglês e modelagem reta padronizada.
Já a moda feminina continuava a se modificar e delinear uma aparência mais feminina.

LA BELLE ÉPOQUE
A Belle Époque, iniciada no fim do século XIX, teve duração até 1914, início da Primeira Guerra Mundial.
Conhecida como Bela Época (do Francês), o período caracterizado na Europa refletia as mudanças sociais e culturais, nos pensamentos, na arte, arquitetura e, é claro, na indumentária.
O período da Belle Époque era considerado um momento de paz entre os países da Europa e uma época de evidenciar a beleza.
Outra caracterização da Belle Époque era o luxo e ostentação demonstrada pela classe alta.

Algumas invenções surgiam para facilitar o cotidiano das pessoas. O cinema começava a aparecer, além do cabaré, cancan, e algumas formas de esporte como andar de bicicleta, andar a cavalo e hábitos de lazer como tomar banho de mar, o que influenciou a moda da Belle Époque.
O ideal de beleza desse momento histórico eram as formas curvas, estilo orgânico e ornamental e todas essas características influenciaram na área da moda.
A Belle Époque é associada ao bem- viver e ao estado de espírito das pessoas na Europa durante esse período.

MODA FEMININA NA BELLE ÉPOQUE
A moda feminina no período da Belle Époque recebeu as modificações com características específicas de acordo com as mudanças que ocorriam na sociedade.
O exagero e a ostentação reinavam e eram representadas pelo volume excessivo, pelas penas, rendas e pérolas, além de babados, plissados, bordados, lantejoulas, rufos e outros ornamentos nos trajes femininos.

O ideal de beleza eram as formas arredondas, estas foram ressaltadas nas curvas femininas: o espartilho era exageradamente apertado, o que deixava o corpo feminino em formato de “S”.
A moda da época era ter cerca de 40 cm de cintura, para isso muitas mulheres, não satisfeitas com o exagerado espartilho, operavam para a retirada das costelas flutuantes.
Além disso, a Belle Époque trouxe uma indumentária feminina que deixava todas as partes do corpo das mulheres cobertas por tecidos, apenas a face aparecia, até mesmo as mãos eram cobertas por luvas. As golas altas e trabalhadas tinham a função de cobrir totalmente o pescoço das mulheres.
As anquinhas que sustentavam os volumes das saias desapareceram, porém as saias continuavam com volume, por meio do exagero de tecidos e uma forma de sino. O formato era muito estreito, o que atrapalhava até mesmo nos passos das mulheres da época.

O uso de bota era comum para esconder totalmente as canelas.
Chapéus e flores faziam parte dos acessórios que adornavam as cabeças, usados com coques. Alguns anos se passavam na Belle Époque e surgia o hábito da prática esportiva, o que influenciou nitidamente na moda feminina, inclusive com o surgimento da bicicleta, o resultado foi um visual masculinizado nas roupas femininas.
Devido a essas mudanças, surgiu a saia- calção, um modelo bufante de peça inferior.
Outra inovação da moda feminina foi o aparecimento do tailleur, composto pela saia justa e longa e o casaco do mesmo tecido.
Como lazer, o banho de mar tornou- se comum entre as pessoas. Para essa prática, os trajes usados eram feitos de malha (em sua maioria fios de lã), além de uma capa protetora. Normalmente as mulheres usavam meias e sapatos durante o banho de mar.
Além de tudo, essa prática influenciou profundamente a moda infantil: além de uma cópia da moda adulta, após um tempo surge a moda feita especialmente para crianças, evidenciando a roupa de marinheiro infantil, um clássico nesse segmento.
Para diferenciar as classes, a alta costura fazia sucesso com a classe alta. O nome que se destacava era o de Worth. A Maison parisiense WORTH era a mais prestigiada do momento.
Outros nomes surgiam com o passar do tempo. Os criadores de alta costura adaptavam os trajes de acordo com as necessidades da época, misturando a estética e a buscava por novas soluções. Essas características na indumentária feminina permanecerem por muito tempo, evidenciando um consumo de luxo.
Após um tempo, com o desenvolvimento do comércio e surgimento da burguesia define- se realmente o conceito de moda: um ciclo de imitação da burguesia em relação à nobreza e novas criações desta classe para evitar as copias dos burgueses.

A alta costura, por meio dos grandes costureiros determinava uma moda diferenciada para homens e mulheres: clássica e prática para a moda masculina e pesada para a feminina.
A Belle Époque no Brasil teve influência direta pela Europa. Os teares fabricavam somente tecidos grossos. Assim, a moda do Brasil copiava a européia. As mulheres usavam as roupas que chegavam de Paris, inclusive no verão, desde espartilhos, luvas, meias e chapéus, além do predomínio da forma corporal em S.
Desse modo, é possível notar as mudanças que ocorreram na moda feminina no decorrer das épocas. A indumentária feminina sempre passou por modificações que podem ser analisadas nos períodos históricos e varias adaptações que evoluíam com as distintas épocas nas sociedades históricas.
Norberto Runte II Redação
Tags: história da moda
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